Sacramentos

O que é a Reconciliação?

Reconciliação ou confissão é um sacramento instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados. É através deste Sacramento que obtemos a misericórdia de Deus, o perdão das ofensas feitas a Ele e ao mesmo nos reconcilia com a Igreja, é a reconciliação do pecador com Deus e com a Igreja.
Porque nos devemos confessar?

Porque somos pecadores! Ou seja, pensamos e agimos de modo contrário ao Evangelho. Quem diz que não tem pecado, ou é mentiroso ou é cego. No Sacramento, Deus perdoa sempre os filhos que, tendo contradito a sua identidade, confessam as suas misérias e ao mesmo tempo a sua misericórdia.

A Confissão ou Sacramento da Reconciliação é um dos Sete Sacramentos da Igreja, o Sacramento da Penitência, o Sacramento que perdoa os nossos pecados. Este foi instituído por Jesus Cristo quando disse aos seus apóstolos: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.” (Jo 20, 23).

A vida nova que nos foi dada por Deus mediante o nosso Batismo pode debilitar-se e perder-se por causa do pecado. Por isso, Cristo quis que a Igreja continuasse a sua obra de cura e de salvação por meio deste Sacramento.

É na absolvição sacramental do sacerdote, que atua em nome de Cristo, que Deus concede ao penitente o perdão e a paz, e este recupera a graça pela qual vive como filho de Deus e pode chegar ao céu, a felicidade eterna.

Uma confissão sincera permite a renovação da alma e a sua abertura à graça de Deus.

No entanto, é o Sacramento mais difícil para muitas pessoas.

Porque temos de nos confessar a um sacerdote?

“O perdão dos nossos pecados não é algo que possamos dar a nós mesmos. Eu não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão é pedido a outra pessoa e na Confissão pedimos o perdão a Jesus Cristo. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas uma dádiva, é um dom do Espírito Santo” (Francisco, Audiência geral, 19.II.2014).

Confissão ou Reconciliação:

  • É o Sacramento pelo qual se obtém da misericórdia de Deus o Perdão das ofensas feitas a Ele e nos reconcilia com a Igreja. Reconciliação do pecador com Deus e com a Igreja.
  • É o Sacramento da Misericórdia e do Perdão que Deus tanto gosta de exercer: júbilo pelo pecador arrependido.
  • É o Sacramento do Encontro e do restabelecimento do diálogo e da paz com Deus, com os outros e connosco.
  • É o Sacramento da Força para a luta diária contra o pecado. Força que vem da bondade e do amor que esquece e perdoa.
  • É o Sacramento do Amor que enche de paz todos aqueles que se deixam aproximar de Deus.
  • É o Sacramento da Ressurreição e da Alegria: “estava perdido e encontrou-se… estava morto e reviveu… E a festa principiou…” (Lc. 15 – Parábola do Filho Pródigo).
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Como Fazer Uma Boa Confissão?

Para fazer uma boa Confissão é necessário:
    • 1- Fazer um zeloso exame de consciência dos pecados cometidos desde a última Confissão.

exame de consciência ajuda-nos recordar os pecados cometidos desde a última confissão à luz dos dez mandamentos, do Sermão da montanha, e dos ensinamentos apostólicos e da lei moral.

É uma revisão de pensamentos, palavras e ações, com a finalidade de verificar a sua conformidade com a lei moral. É como que um inventário das nossas próprias fraquezas, no intuito de as superar, pois “O exame de consciência é o exercício mais importante da vida espiritual” (S. Inácio de Loyola).

    • 2- A confissão, isto é, dizer os pecados ao sacerdote que naquele momento representa Jesus Cristo, é o instrumento da Reconciliação da alma com Deus e testemunha da compaixão e da misericórdia divina.

Quase todos os dias, caímos e levantamo-nos sejam as quedas pequenas ou grandes. Ninguém quer ficar no chão, e é pela confissão que nós assumimos e confrontamos os pecados de que nos sentimos culpados, assumimos a sua responsabilidade e, consequentemente, abrimo-nos de novo a Deus e à comunhão com a Igreja, é um sacramento de cura. “Quando nos confessamos é para nos curarmos, para curar a nossa alma, o nosso coração de algo de mal que cometi” (Francisco, Audiência geral, 19.II.2014.)

Durante a confissão devemos contar ao confessor todos os pecados de que se tem consciência, inclusive se esses pecados são muito secretos, pois por vezes esses pecados ferem mais gravemente a alma e são mais perigosos do que os que se cometeram à vista de todos, não devemos ter medo, pois o confessor nunca poderá revelar uma confissão, pois encontra-se sob sigilo sacramental que pode levar à excomunhão latae sententiae se assim proceder.

A confissão de todos os pecados cometidos manifesta a verdadeira contrição e o desejo da misericórdia divina. É como quando o doente mostra a sua ferida ao médico para ser curado.

    • 3- A oração do ato de contrição ou arrependimento, expressa a tristeza do pecador pelos seus pecados realizados.

contrição é o arrependimento sincero e completo dos pecados cometidos, é uma dor da alma e uma rejeição dos nossos pecados, com o propósito de não voltar a pecar. o Sacramento de Reconciliação é um dom de Deus, por isso, se te parece que ainda estás apegado ao pecado, se por exemplo, não te vês com forças para abandonar um vício, perdoar a uma pessoa ou emendar um dano causado, pede a Deus que atue no teu coração, para que rejeites o mal.

“A contrição é o pórtico do arrependimento, é essa senda privilegiada que leva ao coração de Deus, que nos acolhe e nos oferece outra oportunidade, sempre que nos abramos à verdade da penitência e nos deixemos transformar pela sua misericórdia” (Francisco, Carta 30.V.2014).

    • 4- Penitência imposta pelo confessor ao penitente para reparar o dano causado pelo pecado.

penitência consiste na reparação dos danos causados. Por exemplo, se os pecados causarem dano ao próximo, é preciso fazer o possível para repará-lo (por exemplo, restituir as coisas roubadas, restabelecer a reputação do que foi caluniado, compensar as feridas). A justiça é isto que exige. Mas, além disso, o pecado fere e debilita o próprio pecador, assim como a sua relação com Deus e com o próximo. É também uma ocasião também para dar graças a Deus pelo perdão recebido e renovar o propósito de não voltar a pecar.

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Exame de consciência

Proposta do Papa Francisco
As 30 perguntas propostas pelo Papa Francisco para fazer uma boa confissão:

Em relação a Deus
Dirijo-me a Deus somente em caso de necessidade?
Participo na Missa dominical e nos dias de preceito?
Começo e termino o meu dia com a oração?
Invoquei em vão o nome de Deus, de Maria e dos Santos?
Envergonho-me de me apresentar como cristão?
O que faço para crescer espiritualmente, como e quando o faço?
Revolto-me diante dos desígnios de Deus?
Pretendo que seja Ele a cumprir a minha vontade?

Em relação ao próximo
Sei perdoar, partilhar, ajudar o próximo?
Julgo sem piedade, tanto em pensamento quanto com palavras?
Caluniei, roubei, desprezei os mais pequenos e indefesos?
Sou invejoso, irritado, parcial?
Tomo conta dos pobres e dos doentes?
Envergonho-me do meu irmão ou da minha irmã?
Sou honesto e justo com todos ou alimento a “cultura do descartável”?
Instiguei os outros a fazer o mal?
Observo a moral conjugal e familiar que o Evangelho ensina?
Como vivo as responsabilidades educativas para com os meus filhos?
Honro e respeito os meus pais?
Rejeitei a vida após a conceção?
Desperdicei o dom da vida?
Ajudei a fazê-lo?
Respeito o ambiente?

Em relação a mim mesmo
Sou um pouco mundano e pouco crente?
Exagero em comer, beber, fumar e divertir-me?
Preocupo-me em excesso com a saúde física, com os meus bens?
Como uso o meu tempo?
Sou preguiçoso?
Procuro ser servido?
Amo e cultivo a pureza de coração, de pensamentos e de ações?
Nutro vinganças, alimento rancores?
Sou manso, humilde, construtor de paz?

Proposta com base nas promessas Batismais
  • Renuncio ao pecado, para viver na liberdade dos filhos de Deus?
    Isto é, evito, com determinação, as ocasiões e situações de pecado? Sou verdadeiramente livre, nas minhas palavras, nas minhas escolhas e nos meus gestos? Ou deixo-me influenciar pela opinião dominante, pelo modo e moda de pensar e de viver do comum das pessoas?
  • Renuncio às seduções do mal, para que o pecado não me escravize?
    Estou dominado por algum vício, por algum mau hábito, por alguma dependência? Estou dominado pela pressa, sem tempo para os outros? Estou demasiado ocupado pela TV ou pela Internet, sem um olhar crítico e seletivo, querendo ver tudo o que me é oferecido?
  • Renuncio a Satanás, que é autor do mal e pai da mentira?
    Isto é, renuncio a tudo o que me separa de Deus e me divide por dentro? Renuncio a viver uma vida de mentira e de aparência(s)?
  • Creio em Deus, Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra?
    Ou tenho falsos deuses, a que me entrego, através das superstições, práticas de bruxaria e magia? Rezo, a Deus, como seu filho (a)? Rezo com confiança e amor? Confio-me a Deus?
  • Creio em Jesus Cristo, seu Único Filho, Nosso Senhor?
    Ou tenho outros senhores, que comandam a minha vida, como o dinheiro, o trabalho, o carro ou a fama?
  • Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja, na ressurreição e na vida eterna?
    Vivo a minha fé, em comunidade, ou isolo-me no meu mundo? Vivo a minha fé, com alegria e esperança? Ou tenho uma fé adormecida e triste? Comprometo-me na missão da Igreja e no melhoramento do mundo, ou contento-me com o mínimo, numa vida superficial e sem exigência?
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Proposta com base no 10 mandamentos
  • 1- “Não terás nenhum outro deus além de mim” (Dt 5,7)
    “Amarás ao Senhor com todo teu coração, com toda tua alma e com toda tua mente” (Mt 22, 37). Amo assim o Senhor? Dou-lhe o primeiro lugar na minha vida? Empenho-me a rejeitar os ídolos que podem interpor-se entre Deus e eu, seja o dinheiro, o prazer, a superstição ou o poder? Escuto com fé sua Palavra? Sou perseverante na oração?
  • 2- “Não invocarás em vão o nome do Senhor, teu Deus” (Dt 5, 11)
    Respeito o nome santo de Deus? Abuso ao referir-me a Ele ofendendo-o ou servindo-me dele em lugar de servi-lo? Bendigo a Deus em cada um de meus actos? Aceito sem reservas a sua vontade sobre mim, confiando totalmente Nele? Confio-me com humildade e confiança à guia e ao ensinamento dos pastores que o Senhor deu à sua Igreja? Empenho-me em aprofundar e nutrir a minha vida na fé?
  • 3- “Santificarás as festas” (cf. Dt 5, 12-15)
    Vivo a centralidade do domingo, que é a celebração da eucaristia, e os outros dias consagrados ao Senhor para louvá-lo e dar-lhe graças, para confiar-me a ele e repousar nele? Participo com fidelidade e empenho na liturgia festiva, preparando-me para ela com a oração e esforçando-me em obter fruto durante toda a semana? Santifico o dia de festa com algum gesto de amor para com quem precisa?
  • 4- “Honra teu pai e tua mãe” (Dt 5, 16)
    Amo e respeito quem me deu a vida? Esforço-me por compreendê-los e ajudá-los, sobretudo na sua fraqueza e nos seus limites?
  • 5- “Não matar” (Dt 5, 17)
    Esforço-me por respeitar e promover a vida em todas suas etapas e em todos seus aspectos? Faço tudo o que está ao meu alcance pelo bem dos demais? Fiz mal a alguém com a intenção explícita de o fazer? “Amarás ao próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 39). Como vivo a caridade para com o próximo? Estou atento e disponível, sobretudo para com os mais pobres e os mais fracos? Amo a mim mesmo, sabendo aceitar os meus limites sob o olhar de Deus?
  • 6- “Não cometerás atos impuros” (cf. Dt 5, 18)
    “Não desejarás a mulher de teu próximo” (Dt 5, 21). Sou casto em pensamentos e actos? Esforço-me em amar com gratidão, livre da tentação da posse e dos apegos? Respeito sempre e em tudo a dignidade da pessoa humana? Trato meu corpo e o corpo dos demais como templo do Espírito Santo?
  • 7- “Não roubar” (Dt 5, 19)
    “Não desejar os bens alheios” (Dt 5, 21). Respeito os bens da criação? Sou honesto no trabalho e nas minhas relações com os demais? Respeito o fruto do trabalho dos outros? Sou invejoso do bem dos outros? Esforço-me em fazer os outros felizes ou penso só na minha felicidade?
  • 8- “Não pronunciar falso testemunho” (Dt 5, 20)
    Sou sincero e leal em cada palavra e ação? Testemunho sempre e só a verdade? Trato de dar confiança e atuo em modo de merecê-la?
  • 9- Esforço-me por seguir a Jesus na via de minha entrega a Deus e aos demais? Tento ser como Ele, humilde, pobre e casto?
  • 10- Encontro o Senhor fielmente nos sacramentos, na comunhão fraterna e no serviço aos mais pobres? Vivo a esperança na vida eterna, olhando as coisas à luz de Deus e confiando sempre nas suas promessas?

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